SOBRE O LINFEDEMA

O que é, causas, diagnóstico e tratamento

O linfedema é uma condição clínica causada por uma falha na formação ou na drenagem da linfa. Pode ter várias causas desde as congênitas como as adquiridas, sendo que nas congênitas eles nascem com alguma alteração no sistema linfático e que pode ou não evoluir para o desenvolvimento do linfedema. Nas causas secundárias eles nascem com o sistema linfático integro, porém durante a vida podem sofrer uma lesão no sistema linfático e desenvolver o linfedema.

A principal causa dos membros superiores é o linfedema pós tratamento câncer de mama e as filarioses, traumas, infecções, etc. Entretanto, no Brasil há filariose em apenas algumas regiões, sendo que nas regiões sul e sudeste praticamente não existe a filariose e, portanto, não há necessidade de sua investigação. A principal causa de linfedema de membros inferiores são os primários em cerca de 70 a 80 %. Os secundários em cerca de 20 a 30% decorrentes as cirurgias para tratar as neoplasias que levaram a retirada dos linfonodos (gânglios linfáticos) e os traumas e infecções principalmente causadas pela erisipela.

A classificação em primário e secundário é fundamental porque as opções terapêuticas podem ser diferentes. Dessa forma, um diagnóstico preciso de um médico com experiência em linfologia é sugerido. Dr. Jose Maria Pereira de Godoy faz uma modificação nessa classificação e acrescenta o tipo linfedema misto porque mais de 60% dos pacientes apresentam mais de uma causa de edema.  Essa classificação é importante para que possa ter um diagnóstico mais preciso. Ele pode ser misto tendo uma causa primária e outras secundárias associadas. Ele pode ser misto quando tem várias causas de linfedema secundário como, por exemplo, cirurgia+ infecção+ trauma e outras.

Outra classificação é quanto ao estágio clínico que é dividido em:

Estagio Clínico 0 ou subclínico

Estagio Clínico I onde o paciente acorda sem edema e no transcorrer do dia desenvolve o edema, porém com o repouso é revertido

Estagio Clínico II onde o paciente já acorda com edema e no transcorrer do dia há uma piora, porém com redução durante o sono sem chegar a normalização.

Estagio Clínico III que é conhecida como elefantíase onde o paciente já apresenta um quadro mais avançado em relação ao II e que pode ocorrer as grandes deformidades.

Há uma outra classificação quanto ao volume do membro considerado:

  • leve quando apresenta um edema menor que 20% em relação ao membro contralateral. Por exemplo: se a perna normal pesa 3 kgs a perna doente deve pesar entre 3 a 3600 grs.
  • moderado quando o volume fica entre 20 a 40% em relação ao contralateral.
  • Grave quando o volume é maior que 40% em relação ao membro contralateral.

Outra classificação é do linfedema primário congênito quanto a idade sendo classificado em :

1-Primario congênito quando surge desde o nascimento ou até os dois anos de idade;

2-Primário precoce quando surge entre os dois anos aos 35 anos de idade cerca de 85% de todos casos;

3-Primário tardio quando surge após os 35 anos de idade.

Essas classificações permitem que o profissional que trabalha com o linfedema tenha uma ideia muito precisa do diagnóstico.